terça-feira, 24 de novembro de 2009

Carona faz bem para a saúde



Encarar o trânsito sempre sozinho no carro pode levar a sérios problemas de saúde física e mental .


O hábito da carona pode fazer muito bem à saúde mental e física de qualquer pessoa. Isso é o que garante o médico Geraldo Caldeira, diretor científico do departamento de medicina psicossomática da Associação Médica de Minas Gerais. "Dar ou receber uma carona traz dois efeitos imediatos: diminui o número de carros nas ruas, além de atenuar o estresse", explica. De acordo com Caldeira, o simples fato de dirigir acompanhado de outra pessoa pode normalizar os níveis hormonais alterados pelo estresse. "O motorista se distrai, vai conversando, fica mais tranquilo e se preocupa com situações de cobrança. Já sozinho no carro a pessoa tende a aumentar sua irritabilidade e impaciência no trânsito, e o efeito disso pode ser devastador no organismo", explica. Segundo o especialista, os prejuízos causados pelo estresse ao volante são muitos. Além de alterar os níveis de cortisona e glóbulos brancos no sangue, a adrenalina é exacerbada nesta condição. "Em excesso, tudo isso fatalmente causa aumento da pulsação e da pressão arterial, fazendo crescer o risco de acidente vascular cerebral (AVC). Aumenta o risco também de desenvolver-se angina, infarto, reumatismo e diabetes", alerta Caldeira.Para o médico e pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Geraldo Brasileiro Filho, se em larga escala muitos deixassem o carro em casa para ir de carona com um conhecido para um destino comum, teríamos uma sensível redução nos casos de doenças do pulmão na capital como bronquite, asma e enfisema pulmonar. "Há estudos que já relacionam a poluição com casos de câncer e doenças do coração. Portanto, qualquer medida viável para reduzir o número de veículos em circulação como a carona traz um efeito positivo, sem dúvida. A sociedade deve despertar para isso logo e ter consciência da necessidade do uso mais racional do automóvel", avalia.Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a UFMG, mostra que a concentração de poluentes no ar de Belo Horizonte está acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).A Organização considera aceitável um nível de 10 mg/m³ de material particulado de poluição. Conforme a análise feita entre maio de 2007 e novembro de 2008, a capital mineira já registra, em média, uma concentração de 15 a 18 mg/m³ de poluentes no ar. Na capital, a qualidade do ar é monitorada desde 1995 pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) por meio de nove estações instaladas em Belo Horizonte, Ibirité e Betim. "Em geral, podemos dizer que temos um padrão de qualidade do ar de regular a boa na Grande BH, mas a frequência com que tem se chegado a níveis regulares e inadequados tem aumentado assustadoramente desde 2006", revela a pesquisadora Elisete Gomides Dutra, gerente de gestão da qualidade do ar da Feam.

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