segunda-feira, 24 de setembro de 2007

DISPA-SE DO SEU CARRO!

Hoje é Dia Mundial Sem Carro. Sabe aquela bicicleta que você deixou no cantinho, ela deve estar com saudades de colocar seus pneus em movimento. Quem sabe um passeio no parque, ou simplesmente sair para aquele compromisso com amigos do outro lado da cidade. Ta certo! Você não é mais o mesmo. Vai colocar os bofes para fora, ter taquicardia, dores abdominais, eu entendo. Mas isso é sinal que você anda muito de carro. Este é o dia para iniciar. Tudo bem, você não tem bicicleta. Então nada de fazer compras do outro lado da cidade, ou no shopping. Coloque seu tênis velho ou novo e saia pelo bairro, ou simplesmente uma sandália. Vai descobrir coisas interessantes. Um barzinho novo, a reforma na padaria que você não tinha notado o seu Antônio regando o jardim, o quanto cresceu a Marcela, filha da Jacira, que estudou com você há tempos atrás.

Passe no boteco, da esquina, aquele com cheiros fortes do teu tempo de infância, peça um refrigerante gelado, encoste-se na parede ao lado de fora com um pé apoiado no chão e outro na parede (deixando aquela marca registrada) e fique olhando o tempo passar.

A vida sem carro tem outro ritmo, tem um ritmo humano. Hoje somos quase a extensão dos carros. É como se eles fossem nossas pernas e nosso corpo que simplesmente precisamos comandá-lo com botões, direção, pedais e claro, muito combustivel. Até para ir à padaria nos vestimos de automóveis.

O pior de tudo são aqueles/as seres que se sentem fortes e poderosos com sua roupa de aço e seu motor super potente. Eu sou meu carro! Sou belo/a, forte, atraente, veloz e quando se despe do carro, volta a ser aquilo que o carro não é, Humano/a! Mas a necessidade de vestir-se sempre desta couraça de "proteção", o faz entrar no carro para uma locomoção de 500 metros, coisa de 15 minutos andando.

Hoje experimente sair de casa sem seu possante e seja você mesmo/a possante. Tente, vai descobrir coisas muito interessantes ao seu redor. Ou se quiser ir mais longe, vá de coletivo (ônibus, metrô, etc.). Mas, o mais importante, vai ser descobrir que você não depende do carro. Será descobrir que seu corpo precisa de ar e de movimento, o que os carros estão tirando de você.

Por certo que caminhar e andar de bicicleta cansa o corpo e oxigena o cérebro, mas da uma sensação de prazer maravilhosa, você se lembra?

Seja você mesmo, não seu carro!

Márcio Cruz

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