sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Campanha OUSADA - BEM HUMORADA E EFICIENTE contra o excesso de velocidade


Uma pesquisa encomendada pelo governo australiano sugere que a campanha que relaciona excesso de velocidade no trânsito ao tamanho do pênis masculino é eficaz. De acordo com os dados do próprio governo, cerca de 60% dos homens jovens entrevistados admitiram que os comerciais fizeram com que eles repensassem seus hábitos na direção. Os anúncios de televisão mostram mulheres dobrando o dedo mínimo quando motoristas passam em alta velocidade, dando a entender que o motorista está correndo porque tem o pênis pequeno. A campanha publicitária da agência de Trânsito do Estado de Nova Gales do Sul tem como público-alvo jovens do sexo masculino com idades entre 17 e 25 anos e, desde que estreou em junho, gerou polêmica e acusações de discriminação. As autoridades locais dizem, no entanto, que alguns egos feridos são um preço baixo a pagar se os anúncios ajudarem a salvar uma vida. Segundo a agência de trânsito do Estado, o excesso de velocidade é responsável por cerca de 40% dos acidentes nas estradas todos os anos. "O ato de dobrar o dedinho atinge uma faixa crucial dos motoristas jovens. Eles estão usando (o gesto) para diminuir a velocidade dos amigos e impedir que eles ajam de forma imprudente nas nossas estradas", disse o secretário de Trânsito Eric Roozendaal ao jornal Sydney Morning Herald. Terapia de choque Segundo os responsáveis pela campanha, a idéia nasceu após a constatação de que os anúncios tradicionais mostrando as conseqüências do excesso de velocidade, como cenas de acidentes e feridos, estavam se tornando menos efetivos entre os jovens. Segundo John Whelan, diretor da agência de trânsito, "jovens expostos a jogos de computador, à mídia moderna e a filmes de terror" não se impressionam mais com as imagens das campanhas tradicionais.Além das propagandas na TV, a campanha - que custou 1,9 milhões de dólares australianos (cerca de R$ 3,15 milhões) - também tem anúncios para cinema, pontos de ônibus e internet. Os cartazes trazem o slogan "Alta velocidade. Ninguém te acha grande" e oferecem preservativos "extra extra pequenos" aos que se excedem na velocidade.Assista o vídeo da campanha em : www.rta.nsw.gov.au/cgi-bi/player.cgi?flv=noonethinksbigofyou_low
Olivetto abordou tema nos anos 70

O publicitário Washigton Olivetto da agência W/Brasil, criou na década de 70 uma campanha de segurança no trânsito que associava alta velocidade à impotência.
A diferença entre o filme criado por Olivetto e o australiano, está no tratamento do assunto. Por aqui a campanha teve apelo dramático, em contraposição ao humor australiano. O filme, protagonizado pela atriz Irene Ravache, exibia queixas de uma mulher com relação ao marido que dirige em alta velocidade. Ela acredita que ele corre demais por ter problemas de impotência sexual. O mais interessante é que a expressão “impotência” não era usada em momento algum. Ao final do filme, o locutor alertava: “O homem que corre demais no trânsito tem um problema. Se você não tem um problema, então por que você corre? Ou será que você tem um problema?”.
“O filme teve forte repercussão, gerou comentários, começou a transformar a população em ‘repressora’ dos irresponsáveis no trânsito, que eram chamados de impotentes, mas acabou saindo do ar, censurado pelos moralistas de plantão”, afirma Olivetto, fazendo referencia à censura militar após a segunda semana de veiculação do filme. A campanha rendeu o prêmio Leão de ouro ao publicitário.

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