terça-feira, 6 de novembro de 2007

Belo Horizonte tem mais veículos do que motoristas habilitados


Belo Horizonte tem quase 125 mil veículos a mais do que o número de motoristas habilitados e a frota cresce num ritmo bem maior do que o da população, o que ajuda a explicar os constantes e irritantes congestionamentos diários e, sobretudo, os abusos que muitos condutores cometem. Se de um lado as pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que o total de moradores na capital passou de 2,238 milhões de pessoas, em 2000, para 2,412 milhões em 2007 (aumento de 7,8%), dados do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran) revelam que o registro de veículos saltou de 679,7 mil unidades para 993,3 mil no mesmo período (crescimento de 46,1%). BH tem 868.773 condutores para 993.351 carros, motos, vans, ônibus, caminhões e outros modelos. A disparidade pode ser explicada pela facilidade em comprar um veículo, devido aos juros baixos e à dilatação no prazo de pagamento. Por isso, muitas pessoas têm condições de ter mais de uma opção de transporte na garagem. Diversos motivos explicam as retenções e o risco de acidentes, como a topografia acidentada, as ruas estreitas, os quarteirões curtos, se comparados aos de outras capitais, e um transporte público que não é eficiente. Mas especialistas alertam que os vilões de grande parte dos acidentes e da lentidão são os próprios motoristas. Muitos não respeitam a legislação: abusam da velocidade e fazem manobras que põem em risco a vida deles próprios e de terceiros. Não é difícil flagrar condutores que avançam o sinal vermelho, estacionam em fila dupla e fecham cruzamentos. "Há, principalmente, três situações desfavoráveis em Belo Horizonte: a topografia, a necessidade de se fazer cumprir a legislação do trânsito e o comportamento catastrófico de motoristas. Poucos se sacrificam em favor da coletividade. Até profissionais do volante, como motoristas de ônibus, fecham cruzamentos e trafegam por muito tempo pelas faixas da esquerda. O restante dos condutores também comete outros tipos de abusos", reforça o engenheiro Osias Batista, coordenador de pós-graduação em Transporte e Trânsito da Universidade Fumec. Uma estatística da BHTrans ilustra bem a crítica feita pelo especialista. As 215.221 multas aplicadas no primeiro semestre mostram a espantosa média de 1.189 notificações diárias. São quase uma por minuto. Boa parte das infrações se refere a estacionamento irregular, como parada em desacordo com a lei ( 37.301 autuações), local ou horário proibidos (10.892), sobre passeio, ciclovia ou faixas de pedestres (7.224), fila dupla (3.410), ponto de ônibus (1.410), porta de garagem (891) e na contramão (458). A prefeitura encomendou ao Instituto de Pesquisa Doxa, em junho, um levantamento sobre o comportamento dos motoristas que moram na capital. Dos 418 condutores entrevistados, 15% admitiram que avançam o sinal vermelho, 9% confessaram que estacionam em local proibido, 7% excedem a velocidade permitida, outros 7% dirigem falando ao telefone celular e igual percentual faz conversões irregulares. Além deles, 4% têm o hábito de ultrapassar em local perigoso.


* Reportagem retirada do Jornal Estado de Minas - 3/11/2007

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa tarde,
Eu acredito que se o Brasil tivesse leis firmes quem sabe as pessoas iam respeitar,por que as lei so valem para algumas pessoas,por que quando sao pessoas como politico ou famosos nunca acontecem nada,entao isso para mim nao e lei para todos e sim para a populaçao de classe baixa e media!!?!!????
Obrigado