terça-feira, 4 de março de 2008

Quem disse que carro é sinônimo de rapidez?

Muito vem se discutindo sobre os congestinamentos, e outros problemas do automóveis no cotidiano. E é sempre bom lembrar que este não é um problema apenas de São Paulo. cada vez mais cidades se vêem envolvidas em engarrafamentos, congestionamentos e mais mentos, mentos e mentos.

Com esta exacerbada compra de carros temos, dentre muitos outros, o seguinte problema: " Chave na mão agora é ficar confortavelmente PARADO."

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM797998-7823-CAOS+NO+TRANSITO+DESAFIA+CADA+VEZ+MAIS+OS+PAULISTANOS,00.html

A maior cidade do Brasil pára. Não podia, segundo a lenda, mas que pára, pára por longos períodos. Há pouco tempo, falava-se em engarrafamentos de 50 quilômetros. Depois 60, 70... Cem quilômetros. E esse número não pára de crescer.

A cada dia a fila é mais longa. Por quatro vezes em menos de uma semana, os congestionamentos foram os maiores já registrados na cidade para o horário, logo cedo. E a tendência é piorar: a venda de carros subiu 40% nesse primeiro bimestre.

Mas, para o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, os congestionamentos não aumentaram. Segundo ele, os números subiram porque mais ruas agora estão sendo monitoradas.

Na hora de ir para o trabalho ou para a escola, é hora de todo mundo sair de casa ao mesmo tempo. Mesmo quem sai um pouco mais tarde não escapa. A vontade de avançar mais um metro que seja deixa o motorista apressado bem no meio do caminho.

“O trânsito é terrível”, opina um motorista.

Não adianta mesmo: pode mudar de rua, escolher outro trajeto, mas o horizonte continua a ser a placa do carro da frente. “Vamos chamar de caos, e não de trânsito”, comentou um senhor.

Placa por placa, só em fevereiro foram para as ruas de São Paulo mais de 190 mil – a maioria carros novos. Nesses dois primeiros meses de 2008, as concessionárias venderam 40% mais que no mesmo período do ano passado. Muita gente estava dentro do ônibus recentemente conseguiu mudar de lado.

“Estabilidade da moeda, inflação contida, taxas de juros em baixa, expansão dos prazos de financiamento”, destaca o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze.

Prestação R$ 30 mais cara dá direito, na opinião do auxiliar técnico de computador Cláudio Souza Dias, a “direção hidráulica, ar condicionado, vidro elétrico, trava elétrica e os opcionais que vem de série”.

Com a chave na mão, agora é ficar confortavelmente parado.

“Existe a construção de uma cultura de que a solução dos transportes nas cidades é uma solução individual, e a solução individual é cada um ter seu automóvel. De isso fosse verdade, a cidade de São Paulo não teria os quilômetros de congestionamento que nós temos todos os dias”, avalia o engenheiro especialista em transporte, Ailton Brasiliense.

Tem outro jeito? “São Paulo tem cura. Fez tudo errado, mas tem cura. E a cura é investimento maciço em transporte público”, acrescenta o engenheiro Ailton Brasiliense.

“Eu acho que o rodízio está superado, a não ser que eles inventem uma nova forma de rodízio”, opina um motorista.

Pistas quase vazias, poucos carros – esse é o trânsito que todo motorista de São Paulo sonha encontrar. Mas isso só é possível depois das 21h. E a alegria só dura até mais ou menos às 6h30, quando a cidade volta ao seu normal.

“O paulistano já se conformou: a gente já sai de casa calculando as duas horas que leva para sair de casa para o trabalho”, comenta outro motorista.

A hora marcada para o compromisso precisa ser um pouco mais flexível até para o prefeito da cidade, Gilberto Kassab, que chegou atrasado para a entrevista.

“Foi o trânsito. Trânsito é sempre um complicador. Mudou a forma de monitorar o trânsito. Hoje foi ampliado o número de ruas que são monitoradas. Portanto, o número de quilômetros de retidão é maior. Não aumentou; existe mais amplitude na avaliação da prefeitura, e os números são maiores. Porém, isso não quer dizer que o trânsito não seja algo muito grave na cidade de São Paulo e que deve ser enfrentado. Soluções devem ser apresentadas de curto prazo também, como corredor e metrô, sem falar da importância do Rodoanel”, afirmou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Até lá, cada um encontra um jeito de sobreviver. Qual a fórmula para ficar parado no trânsito? “CD de musica relaxante acho que é a única solução. E paciência, muita paciência”, diz um motorista.

Outro problema grave são os caminhões que tentam atravessar São Paulo. Um deles acabou tombando na Rodovia Fernão Dias na manhã desta terça-feira (4). Ele derrubou a mureta central, que divide as duas faixas, e acabou tombando. Duas pessoas ficaram feridas e duas faixas de trânsito estão congestionadas.

Os caminhos precisam passar por São Paulo, porque só por meio das marginais é que eles conseguem acessar as outras estradas, inclusive o Porto de Santos, muito procurado pelas empresas de carga e descarga.

Uma pesquisa recente também mostra que o Centro de São Paulo perdeu 400 mil moradores. Por falta de condições financeiras ou em busca de áreas mais tranqüilas, muita gente foi morar em bairros distantes ou cidades da Grande São Paulo. Só que, na hora do trabalho, sai todo mundo ao mesmo tempo. Resultado: congestionamentos.

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